Cada experiência sexual é única e pode ser divertida de várias maneiras. Em uma ocasião, precisei ajudar um parceiro ocasional que tinha conhecido em um site de encontros casuais a procurar um preservativo perdido dentro da minha vagina. Embora tenha sido engraçado, ainda assim aproveitei a experiência do sexo casual. Depois de rirmos muito, deitamos lado a lado e ele perguntou sobre minhas preferências na cama, já que era nossa primeira vez juntos. Eu expliquei que gostava de ter meus mamilos lambidos, minhas coxas beijadas antes do sexo oral e de ser penetrada por trás, com uma almofada sob minha cintura para que pudesse me tocar. Ele concordou e pediu para eu lamber seus mamilos. Embora eu tenha tentado, acabei rindo muito e precisando parar. Mas, ainda assim, me vi em uma banal tarde de segunda-feira, enquanto trabalhava em casa, lamber os mamilos dele.

Eu conheci o Pedro por meio de fofocas. Enquanto eu navegava no Instagram, vi uma foto da família de uma conhecida do trabalho e notei que ela tinha um irmão muito bonito. Em um almoço com uma amiga, eu comentei sobre isso, ela comentou com a conhecida e ela comentou com o irmão. Assim, aconteceu o primeiro contato, mas o Pedro demorou cerca de três meses para me adicionar no Instagram para não levantar suspeitas.

Eu o adicionei de volta por simpatia, mas não pensei mais nisso. O primeiro contato foi casual, ele publicou uma história de um passeio em uma trilha e eu dei uma curtida por conhecer o lugar. Então, passados alguns dias, ele me explicou que iria se mudar para Londres no final do ano para fazer um MBA e que não faria sentido nos conhecermos porque ele queria ficar livre. Ele me disse: “Tu és daquelas garotas que quer um namorado e eu não posso ser isso agora, daqui a dois meses vou-me embora e depois é uma dor de cabeça”. Apesar de telo achado um pouco ingênuo, gostei da sua sinceridade. E se eu quisesse apenas sexo? “Mas você não quer, eu sei que não quer”. O assunto foi encerrado por aí. Ele tinha razão e eu não neguei.

Um ano depois, ele voltou ao ataque. Ele reapareceu no Rio de Janeiro no início do verão para chamar minha atenção. Foi deixando pistas aqui e ali até que me mandou uma mensagem. Conversamos algumas vezes e combinamos de tomar um drinque, mas ele cancelou no último minuto com uma desculpa qualquer. A situação se arrastou com vários adiamentos até que decidi convidá-lo para jantar. “Vou pedir o jantar. Para quantos?”, perguntei. Minutos depois, ele estava sentado no meu sofá conversando sobre sua vida.

Ele me contou que lidava com ansiedade devido a uma infância complexa. Seus pais se divorciaram quando ele tinha 16 anos após a traição do pai, e a mãe ficou deprimida, passando um ano na cama. Durante esse tempo, o pai lhe dava muito dinheiro, ele saía com amigos e fazia coisas erradas. Eu ouvi tudo atentamente e fiz um comentário infeliz: “Sua mãe foi egoísta”. Ele ficou surpreso e eu tentei explicar que ela abandonou o papel de mãe por um ano, mas ele a defendeu dizendo que ela estava triste. Eu continuei a argumentar que as mulheres ricas podem se dar ao luxo de fazer isso enquanto outras precisam continuar trabalhando mesmo enfrentando problemas pessoais como doenças ou traições. Ele nunca havia pensado nisso dessa perspectiva e eu percebi que não deveria ter dito nada. Aprendi que não se deve julgar a possível sogra para não estragar as coisas.

Naquela noite, saí de casa sem nenhum envolvimento prévio e, enquanto caminhava para encontrar o Uber, recebi uma mensagem dele dizendo que estava atraído por mim, mas não imaginava um relacionamento. Eu entendi, afirmei que poderíamos ser apenas amigos e nos despedimos cordialmente.

Dias depois, aproveitando a minha hora de almoço na Lapa para resolver algumas tarefas, recebi uma mensagem do Pedro com uma proposta: “Maiara, acho que vais dizer que não, mas estou disponível para algo casual.” Discutimos algumas coisas e ele apontou que não imaginava um relacionamento comigo por motivos não muito claros e até mesmo disse que não tinha grandes expectativas sobre o sexo comigo porque eu era “bonita demais para ser boa na cama”. Fiquei surpresa e interessada em provar o contrário.

Perguntei-lhe o que estava a fazer e ele disse que estava em casa. Então, para meu próprio choque, eu disse: “Ok, tens 30 minutos para chegar à minha casa. Vamos f****”. Ele perguntou várias vezes se eu falava a sério. Quando ele finalmente percebeu que sim, perguntou se havia algum requisito especial em relação à depilação. Eu disse que éramos adultos e deixei-o descansado. Quando ele chegou, confessou que também se tinha aparado um pouco.

Durante algumas semanas, Pedro trouxe animação aos meus dias de teletrabalho. Sempre que lhe enviava uma mensagem requisitando seus serviços, ele fazia o esforço de cumprir com o acordo, mesmo quando estava ocupado. Mesmo com um voo marcado para as 15h e a academia para frequentar, ele conseguia me deixar satisfeita em menos de uma hora. Um dia, ele disse que não poderia aparecer, e foi nessa hora que percebi que sua disponibilidade tinha chegado ao fim. Pedro confessou que conheceu uma garota e estava comprometido com ela. Desejei a ele felicidades, mas chorei de desgosto. Pouco tempo depois, Pedro me contactou querendo retomar nosso acordo, mas eu neguei. Ele afirmou entender e disse que queríamos coisas diferentes. Eu argumentei que não acreditava que queríamos coisas diferentes, mas sim o mesmo, mas ele nunca respondeu. A verdade é que o sexo não é complicado, são as pessoas que o tornam assim.